Officersoft
Officersoft

Publicações

Ano Novo, Cartório Novo: 5 Mudanças de gestão para começar 2026 com o pé direito

Ano Novo, Cartório Novo: 5 Mudanças de gestão para começar 2026 com o pé direito

24/12/25

Virar o ano mantendo a mesma rotina, os mesmos problemas e as mesmas urgências é receita certa para repetir 2025. Se a ideia é ter um cartório mais organizado, previsível e tranquilo em 2026, é preciso aproveitar esse momento de virada para ajustar a gestão — não só detalhes operacionais.

Neste artigo, a proposta é direta: apresentar 5 mudanças de gestão que você pode começar a implantar já no início do ano para transformar, aos poucos, a forma como a serventia funciona.

1. Sair do “apagar incêndio” para o planejamento com metas claras

A primeira mudança é de mentalidade: parar de trabalhar apenas reagindo.

Em vez de começar o ano “vendo como as coisas vão ser”, defina:

  • 3 a 5 objetivos claros para 2026, por exemplo:

    • reduzir devoluções/retrabalho em X%;

    • melhorar o tempo médio de conclusão de determinados atos;

    • organizar rotina de backup e segurança;

    • aumentar o nível de capacitação da equipe.

  • Metas mensuráveis, com indicadores simples:

    • quantidade de atos por especialidade;

    • número de reclamações/mês;

    • percentual de atos gratuitos com ressarcimento corretamente lançado;

    • quantidade de treinamentos realizados.

Como aplicar na prática:

  • faça uma reunião de início de ano com a equipe;

  • apresente o cenário atual e as metas para 2026;

  • envolva o time na definição de prioridades (o que dói mais hoje?).

A gestão deixa de ser “instinto” e passa a ser guiada por objetivos.

2. Padronizar processos e rotinas: todo mundo sabe o que fazer (e como fazer)

A segunda mudança é tirar procedimentos da cabeça das pessoas e colocar em processos claros.

Sem padronização, cada ato vira uma aventura. Com processos, o cartório ganha:

  • previsibilidade;

  • redução de erros;

  • menos dependência de “pessoas-chave”.

Comece pelos atos de maior volume:

  • nascimento, casamento e óbito no RCPN;

  • escrituras mais comuns (compra e venda, doação, procuração);

  • registro de imóveis com maior recorrência;

  • protestos de títulos mais frequentes.

Para cada um, defina:

  • passo a passo (do atendimento até a entrega);

  • checklist mínimo de documentos e conferências;

  • pontos de atenção jurídicos e cadastrais;

  • quem é o responsável em cada etapa.

Como aplicar na prática:

  • escolha 1 tipo de ato por mês para padronizar;

  • registre o fluxo em documento simples ou no próprio sistema;

  • divulgue para a equipe em reunião rápida e fixe em local de fácil acesso.

Em poucos meses, a rotina fica muito mais organizada.

3. Implantar uma cultura de dados: decidir com números, não com achismo

Ter a impressão de que “está muito corrido” ou “o faturamento caiu” não é suficiente. Para gerir bem, é preciso medir.

Alguns indicadores básicos podem mudar sua forma de enxergar o cartório:

  • volume mensal de atos por especialidade;

  • média de atos por funcionário (produtividade);

  • tempo médio entre entrada e conclusão de determinado serviço;

  • número de exigências/devoluções por tipo de título;

  • percentual de atos gratuitos e ressarcidos;

  • principais motivos de reclamação.

Como aplicar na prática:

  • verifique que relatórios o sistema já oferece (muitos cartórios subutilizam essa função);

  • defina um painel simples mensal: 5 a 10 números-chave;

  • acompanhe esses dados em reunião de gestão (mensal ou bimestral);

  • use os indicadores para decidir:

    • onde colocar mais gente;

    • onde o processo está travando;

    • quais treinamentos são prioritários.

A partir do momento em que a gestão se apoia em números, o discurso muda de “acho que” para “os dados mostram que”.

4. Colocar a equipe no centro: treinamento contínuo e papéis bem definidos

Não existe cartório eficiente com equipe perdida, desmotivada ou desatualizada.

Quatro pilares de mudança de gestão em relação às pessoas:

  1. Papéis claros

    • quem é responsável por qual área;

    • quem responde por plantão, finanças, tecnologia, normas;

    • mapa de substituições para férias e afastamentos.

  2. Treinamento contínuo

    • calendário mínimo anual de capacitações (internas e externas);

    • atualização em novas normas e provimentos;

    • treinamentos específicos em uso do sistema;

    • desenvolvimento de habilidades de atendimento e comunicação.

  3. Feedback e acompanhamento

    • conversas periódicas (não só quando dá problema);

    • reconhecimento por melhorias e boas práticas;

    • alinhamento de expectativas sobre desempenho.

  4. Canal para sugestões de melhoria

    • a equipe que vive a rotina vê problemas que o gestor nem sempre enxerga;

    • anote, avalie e implemente melhorias sugeridas pelos prepostos.

Como aplicar na prática:

  • defina, já em janeiro, um plano simples de capacitação para 2026;

  • faça ao menos uma reunião trimestral focada em desenvolvimento da equipe;

  • documente responsabilidades por área e compartilhe com todos.

Quando as pessoas entendem seu papel, recebem capacitação e são ouvidas, as rotinas fluem com muito mais naturalidade.

5. Profissionalizar tecnologia, segurança e comunicação com o usuário

Por fim, uma mudança de gestão que amarra todas as outras: tratar tecnologia e comunicação como parte estratégica do cartório, não como “acessório”.

5.1. Tecnologia e segurança da informação

  • revisar a infraestrutura (máquinas, rede, links de internet);

  • estabelecer rotina formal de backup (com registro e teste de restauração);

  • padronizar logins individuais, senhas fortes e revogação imediata de acessos;

  • documentar um plano de contingência para quedas de sistema ou internet;

  • aproveitar melhor recursos do sistema:

    • relatórios;

    • automatizações;

    • integração com centrais.

5.2. Comunicação com o usuário

  • padronizar respostas para dúvidas mais frequentes (scripts);

  • deixar claros horários, prazos, documentos e atos gratuitos em mural e canais digitais;

  • usar, de forma responsável, WhatsApp institucional, site ou redes sociais para:

    • informar horários especiais;

    • orientar sobre procedimentos;

    • reduzir idas desnecessárias ao balcão.

Como aplicar na prática:

  • no início do ano, faça um diagnóstico rápido de tecnologia e comunicação;

  • liste riscos (backup, acesso, indisponibilidades, falta de informação ao público);

  • priorize de 2 a 3 melhorias para o primeiro semestre;

  • defina um responsável interno por acompanhar esses temas com o fornecedor de sistema e demais prestadores.

Conclusão: 5 mudanças que cabem em 12 meses (se forem bem escolhidas)

Começar 2026 com o pé direito não significa fazer tudo de uma vez, mas escolher bem o que mudar e ter disciplina para executar.

Recapitulando as 5 mudanças de gestão:

  1. Planejar o ano com metas claras e mensuráveis.

  2. Padronizar processos e rotinas por tipo de ato.

  3. Decidir com base em dados, não em percepções soltas.

  4. Colocar a equipe no centro: papéis claros e treinamento contínuo.

  5. Tratar tecnologia, segurança e comunicação como parte estratégica da gestão.

Se o cartório avançar nessas cinco frentes ao longo de 2026, é muito provável que o próximo fim de ano traga menos correria, menos susto em correição e uma sensação clara de evolução da serventia como organização — não só como “local que lavra e registra atos”.

Se quiser, depois posso transformar essas 5 mudanças em um checklist visual ou em um roteiro de reunião de início de ano para você usar com a equipe.

fonte: Officer Soft